segunda-feira, 19 de julho de 2010

Os discípulos de Jesus e a prática da misericórdia

E eis que se levantou certo doutor da lei e, para o experimentar, disse: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Perguntou-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como lês tu? Respondeu-lhe ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Tornou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isso, e viverás.
Lc 10: 25-37

Um certo doutor da Lei, homem dedicado ao conhecimento e à interpretação dos códigos divinos, levantou uma importante questão prática: “- Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”. Apesar de suas intenções puramente provocativas, não há dúvidas de que este sujeito ansiava por uma vida que fosse além da realidade presente. Desejava por vida plena, cheia de significado e aprovada por Deus.
É possível que formulemos muitas e variadas possibilidades para alcançar vida eterna. Sacrifícios? Rituais? Práticas ascéticas? Mais conhecimento? Nada disso. Jesus lhe devolveu a pergunta: “- Que está escrito na lei? Como lês?” O doutor da Lei sabia a resposta: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.”
É simples! Está claro! Vida eterna é a consumação lógica na existência de quem já se deixou envolver pela vida de Deus. Deus é amor e, quem vive com Deus, ama.Mas mesmo assim não faltam tentativas para fugirmos de Sua vontade. Para o doutor da lei não estava claro saber quem era o seu próximo. Ele ainda guardava um meio para se esquivar do mandamento.
A parábola do samaritano não deixa mais espaços para fugas. Temos uma dupla resposta: amar é fazer o bem ao próximo.O próximo é todo aquele que cruza o nosso caminho - “...Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão; e aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele.” ( v33 e 34)
Desejo e conhecimento não bastam. O doutor da lei estava cheio de desejo e carregado de conhecimento. Seguir a Cristo é viver a vida de Deus. Deus é amor! Jesus nos ensina que o amor, mais que um mero sentimento, é a prática da misericórdia. Amar é servir em misericórdia as pessoas que cruzam nosso caminho.
Quem ama está na luz. Amemo-nos!

Em Cristo, Júlio Marçal , pastor.

sábado, 22 de maio de 2010

A Promessa do Espírito Santo

No texto do Evangelho de João 14: 8-17 encontramos algumas das últimas palavras de Jesus a seus discípulos antes da sua partida para junto do Pai. “Após afirmar ser “o caminho, a verdade e vida” e que, Nele, encontramos a face de Deus – “Eu e o Pai somos um”, Jesus promete ser a Presença viva de Deus na existência cotidiana de todo aquele que lhe segue no Caminho – ‘...aquele que crer em mim fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai (v.12) ...E tudo que pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho (v13) ...Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei( v 14)...Ele vos dará outro Consolador (v16) ...Não vos deixarei órfãos... (v18).”
Jesus ainda nos ensina que a presença viva de Deus acontece como consciência na vida daqueles que andam no amor que, invariavelmente, revela-se na obediência – “aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.” ( v21). Não que a presença de Deus só se manifeste após a obediência. Ele é fiel, e mesmo que sejamos infiéis, ele não pode negar a si mesmo. A questão é que a obediência nos faz sensíveis a presença amorosa de Deus. É por isso que só quem perdoa sabe que foi perdoado; só quem ama o próximo sabe ser amado por Deus. Somente aqueles que caminham no amor-obediência a Deus experimentam no dia-a-dia a presença viva do amor de Deus.
Jesus nos garante que sua presença viva é fielmente manifestada na pessoa do Espírito Santo, o Consolador – “ E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador...o Espírito da verdade”. O Espírito Santo é o sim de Deus que, de uma vez por todas, declara que somos filhos adotados com amor eterno. O Espírito Santo intercede por nós, vive em nosso ajuntamento – “ habita convosco ” - e em nosso interior – “ estarás em vós”.
Deus concedeu o dom do Espírito Santo a todos os que foram feitos filhos de Deus mediante a fé em Cristo. Louvemos a Deus por tamanha graça!
Em Cristo, Júlio Marçal.

A Mensagem da Cruz - entrega total

Pai, em tuas mãos entrego meu espírito.
Lucas 23: 46



A última fala de Jesus Cristo na cruz foi uma oração de entrega confiante no amor do Pai - “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito”.
Essa oração foi uma citação do Salmo 31: 5. Neste salmo Davi eleva seu clamor a Deus em meio a um turbilhão de forças esmagadoras: ameaças de morte (v4 e v8); angústias da alma (v9 e v10); injúrias(v11), desamparo (v12). Com o passar do tempo o “em tuas mãos entrego o meu espírito” tornou-se uma tradicional oração ensinada pelas mães israelitas a seus filhos, a ser recitada antes do sono noturno.
Seja na boca do rei Davi, na prece de uma criança ou no último clamor da cruz de Cristo, “em tuas mãos entrego espírito” é uma extraordinária declaração de fé daqueles que reconhecem que a garantia da verdadeira segurança está apenas nas mãos do Pai Celeste.
No Cristo crucificado aprendemos que nem mesmo as mais terríveis ameaças desta vida são capazes de roubar a confiança no amor do Pai. Abandonado por seus amigos, estando sob a tortura da cruz, do escárnio dos seus inimigos e sofrendo da angústia da dor do desamparo por causa dos nossos pecados, Jesus permaneceu firme na confiança em Deus. A cruz não seria o seu fim, pois os que descansam em Deus pacificam o próprio coração na certeza de que o Senhor resplandecerá o seu rosto sobre os seus servos.(Salmo 31: 16).
As palavras de Cristo na cruz começam e terminam em Deus. Em sua primeira fala ele diz: “Pai, perdoa-lhes pois não sabem o que fazem” e termina sua missão na cruz falando ao Pai: “em tuas mãos entrego o meu espírito”. Aos pés da cruz de Cristo aprendemos que uma vida que começa e termina em Deus não pode ser vencida nem mesmo pelo poder da morte. Nosso Senhor Jesus fez da cruz, aquilo que seria um símbolo de vergonha e dor, o trono de glória de onde emana o poder do amor que tudo vence.
Que o espírito do perdão, da graça, do cuidado com o outro, da fé, da sede de Deus, da certeza na obra consumada na cruz e da entrega a Deus estejam em todos nós.
Em Cristo, Júlio Marçal, pastor.

A Mensagem da Cruz - satisfação plena

Tenho sede ... João 19: 28


Na cruz, Jesus disse: Tenho sede. Ele já havia oferecido perdão aos seus inimigos, prometido salvação a um ladrão, feito provisão para o futuro de sua mãe e clamado ao Pai em meio às sobras do abandono da cruz e agora, através desse clamor, demonstrava sua plena identificação com os sofrimentos físicos de todos os seres humanos.
Após seis horas de derramamento de sangue, além da desidratação decorrente do clima e da temperatura daquela região, o corpo de Jesus clama por água. A cruz nos apresenta um Cristo plenamente humano, sujeito às dores e aflições de todos nós.
É justamente por causa da verdadeira humanidade de Jesus que seus discípulos podem se dirigir a Deus com a certeza que são devidamente compreendidos. Nas palavras do escritos de Hebreus: “ Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemo-nos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” . Hb. 4: 14-16.
Durante suas andanças, ensinando e pregando as Boas Notícias do Reino, Jesus falou de outra sede que precisa ser saciada; “... Aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” João 4: 14. A vida de Jesus foi impulsionada pela sede de fazer a vontade do Pai, oferecendo a si mesmo como sendo a água capaz de matar a sede interior de todos nós. A sede de vida, de amor, de compreensão, de segurança e de paz apenas é saciada na pessoas de Jesus Cristo.
Jesus teve sede da água capaz de saciar o corpo físico a fim de que possamos ter sede da água capaz de saciar o clamor do coração - “ Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; o meu corpo te almeja, como árida, exausta, sem água” Salmo 63: 1.
Em Cristo, Júlio Marçal, pastor.

A Mensagem da Cruz - Missão cumprida

Está consumado. João 19: 30


Na cruz, depois de horas de sofrimento e, logo após ter experimentado o amargor do vinagre, Jesus anuncia que Sua missão no mundo havia terminado. Disse: “ Está consumado.”
Lemos no evangelho de Marcos que Jesus deu “um grande brado”, e que o “véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo” (15:38), abrindo-se e dando acesso ao Santo dos Santos, ao lugar da Presença do Deus Eterno, no qual o sumo sacerdote podia entrar somente uma vez ao ano. Ou seja, o brado “está consumado” nos declara que o resultado da missão de Jesus foi alcançado, ou seja, de nos proporcionar livre acesso a Deus mediante o poder de seu sangue derramado na cruz. A qualquer momento, a qualquer hora e qualquer um que tenha fé em Jesus tem um amplo e favorável caminho aberto à presença de Deus. Já não há mais nenhuma barreira entre Deus e os homens; o muro de inimizade foi derrubado de uma vez por todas.
“Está consumado” nos declara que todos os que crêem na eficácia do sacrifício de Cristo são adotados por Deus como Seus filhos e se tornam membros do Corpo de Cristo (Efésios 1:5-6).
“Está consumado’ é o brado de vitória! Sim, a cruz não foi sinal de derrota, de um Deus frustrado que foi silenciado pela violência de homens cruéis. A cruz de Cristo anuncia a vitória de Deus no seu eterno propósito de redimir homens e mulheres. Na cruz foi cancelado todo escrito de dívida que era contra nós.
“Está consumado” também significa o cumprimento da primeira profecia da Bíblia: a sentença pronunciada por Deus contra a serpente: “porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e sua semente: esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Genesis 3:15). O príncipe desse mundo, o diabo e seus anjos foram derrotados, pois pelo poder do sangue de Cristo, já não há mais acusações contra os filhos de Deus - é Cristo que os justifica!
Alegremo-nos na vitória de Cristo! Esta é a vitória que vence o mundo. a nossa fé!
Em Cristo, Júlio Marçal, pastor.

A Mensagem da Cruz - A dor do desamparo

“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste.” Mateus 27: 46



Do meio-dia às três da tarde, trevas cobriram o mundo inteiro. Foi quando o Senhor gritou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparas-te?” Essa foi uma citação do primeiro verso do Salmo 22 que leva-nos a crer que o grito de angústia proclamado por Jesus na cruz expressou dores mais profundas que as de natureza física que lhe foram impostas pela tortura humana.
O Pai e o Filho sempre haviam vivido em perfeita e harmoniosa relação de amor e intimidade, mas na cruz, porque todos os nossos pecados caíram sobre os ombros do Filho, o Pai cobriu o seu rosto ante o horror da crucificação

“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (II Coríntios 5: 21).

Jesus experimentou a dor da separação! Jesus soube como é doloroso sentir-se abandonado. Por essa razão temos um sacerdote junto ao Pai que pode se compadecer dos nossos sofrimentos, inclusive da dor do desamparo.

“Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” ( Hb 4: 14-16).

O desamparo experimentado por Jesus foi um mergulho que ele mesmo fez em nossos mais profundos sentimentos de morte (estar separado de Deus é a verdadeira morte) para que, de uma vez por todas, pudéssemos gozar da presença constante do Pai em nossas vidas. O próprio Salmo 22 proclama:

“ vós que temeis o SENHOR, louvai-o; glorificai-o, vós todos, descendência de Jacó; reverenciai-o, vós todos, posteridade de Israel. Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu, quando lhe gritou por socorro”. (Salmo 22: 23 e 24).

Cristo vestiu a feiúra dos nossos pecados para que pudéssemos ser apresentados puros na presença do Pai. O Pai e o Filho, por amor, amargaram a dor da separação para que fosse possível nossa eterna união com Deus.
A cruz de Cristo proclama o imensurável amor de Deus que foi capaz de sofrer a dor do abandono por nossa causa. Proclama o quanto o pecado é detestável aos olhos de Deus. Proclama que já não há mais lugar para o abandono na vida daquele que crer no Cristo crucificado.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A Mensagem da Cruz - família

Abandonado por todos os seus amigos, exceto por algumas mulheres como Maria, sua mãe, e pelo discípulo amado, o qual se acredita que seja João, Jesus não deixou que seu coração se tornasse refém de qualquer ressentimento. Antes de olhar pra si, ele é capaz de se compadecer do sofrimento dos que ali estavam aos pés da cruz. Vendo sua mãe lhe disse: - Mulher eis aí teu filho. Ao discípulo ele diz: - Eis aí tua Mãe. Dalí em diante nasce uma família.( João 19: 26-27)
O fato de Jesus ter unido sua mãe e seu discípulo como família nos diz muito mais do que os devidos cuidados físicos necessários a Maria. A cruz de Cristo nos une como família de Deus. O Cristo crucificado fez não só a paz dos homens com Deus e consigo mesmos ao dar-lhes perdão. A cruz nos reconcilia uns com os outros. A mensagem da cruz é que, em Cristo, somos feitos irmãos. Ele derribou toda parede de separação. Já não há judeu, nem gentio, nem circunciso, nem incircunciso, nem bárbaro, nem citara, nem escravo, nem livre (veja Colossenses 3:11).
A cruz nos faz gente disposta ao acolhimento do outro. Já não devemos viver para o nosso próprio interesse. . Igreja é a família de Deus. Igreja é o lugar onde nossas diferenças não são mais motivos de discórdia, de rixas ou competições. Igreja é o lugar onde para se aprender que pertencemos uns aos outros.
Quem segue a Cristo vive nessa consciência da importância próximo. Vive para servir. Cristo é proclamado verdadeiramente quando vivemos em amor - Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. (João 17: 21). - E o seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento. ( I João 3: 23)

A Mensagem da Cruz - Graça

A segunda palavra que Jesus disse na cruz está em Lucas 23:43 - “Em verdade te digo, que hoje estarás comigo no paraíso.”
Nosso Senhor Jesus foi crucificado entre dois ladrões. Um deles reconheceu que estava morrendo porque merecia, e que Jesus era inocente. Ele virou-se para o Senhor e disse: "Jesus, lembra-Te de mim quando vieres no teu reino " . (v 42). Isso não é maravilhoso? Este ladrão que estava sendo crucificado reconheceu a majestade de Jesus. A cruz não lhe falou de derrota! No Cristo Crucificado ele vê a possibilidade de alcançar um favor jamais merecido!
Jesus lhe responde: “ Ainda hoje estarás comigo no Paraíso. Em outras palavras, o Senhor disse: "Você está perdoado, você está salvo, você está redimido."
Na cruz a primeira palavra de Cristo foi ao Pai: "Perdoa-lhes." A segunda palavra foi dirigida ao pecador: "estás perdoado." Que Graça! Esse ladrão não merecia nada. Ele tinha feito tanto mau. Mesmo aos olhos da sociedade ele merecia ser lançado fora e ele sabia disso. Ele merecia isso. Contudo, nosso Senhor Jesus deu a Sua Graça àquele ladrão e disse: " Hoje estarás comigo no paraíso."
Graça é o nome que a Bíblia dá ao movimento do coração de Deus. Ou seja, é com base em sua graça que Deus se move em nossa direção ao nos ofertar amor sem que antes tenhamos feito ou demonstrado algum merecimento. Ele sabe de nossa incapacidade; sabe que somos merecedores de juízo; sabe que até os nossos mais belos atos de justiça carregam a mancha do pecado. Ele primeiramente vem ao nosso e nos estende seus braços de amor. Pela graça sois salvos, é o grito de Paulo, o apóstolo.
Temos recebido graça sobre graça. Graça é algo dado de graça. Não é dada a você porque você merece, porque você é digno, porque você fez alguma coisa para merecê-la, para ganha-la, não, a graça depende de quem está dando. Nosso Senhor Jesus na cruz estendeu sua graça ao ladrão.
Já que temos um Deus de tanta graça, não devemos ter a mesma disposição mental que nosso Senhor Jesus teve? Não devemos ser um povo gracioso, que dá graça a outras pessoas?
Já vimos que a cruz não foi só um fato na história. A cruz é um caminho a ser seguido. Andemos como manifestação ambulante da graça de Deus. Que na prática do bem, na generosidade e no perdão se manifeste a graça de Deus em nossas vidas!

domingo, 4 de abril de 2010

As sete palavras de Cristo na cruz



1.Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem

A primeira palavra de Cristo na cruz, ‘ Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”( Lucas 23: 24), revela-nos que o espírito da cruz de Cristo é o perdão. Na cruz, sendo escarnecido, ridicularizado, zombado e castigado, Cristo orou ao Pai rogando-lhe perdão aos seus inimigos.
O perdão é a oferta de Jesus Cristo a todo homem e a toda mulher que se aproxima de sua cruz. Da cruz de Cristo emana perdão! “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no Espírito”. (I Pedro 3:18). O sacrifício de Cristo no Calvário foi a manifestação da sabedoria de Deus em justiça e misericórdia. Ele foi justo - puniu o pecado. Ele foi misericordioso - enviou seu Filho para morrer em nosso favor.
Mas a Cruz de Cristo não é só um fato na história. A cruz é uma caminho a ser seguido. Disse Jesus: “se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” ( Mc 8: 34). Andar com Cristo é, portanto, assimilar a Mensagem da Cruz no coração, é revestir-se de uma nova consciência. Isto posto, quem anda com Cristo vive para perdoar. Andar com Cristo é rejeitar a vingança, a justa retribuição. Andar com Cristo é estar disposto a perdoar sempre!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Jesus, a manifestação do Reino de Deus


“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor". Lucas 4: 18,19.

Após ter lido o texto dos profetas, conforme o rito litúrgico da sinagoga em Nazaré, Jesus apresentou-se como o cumprimento profético do Reino de Deus – “ hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir”. Nas palavras de Jesus nos é dito o que é o Reino de Deus:
O Reino de Deus é manifestação do poder do Espírito Santo. “O Espírito do Senhor está sobre mim” - Jesus regressou a sua terra natal no poder do Espírito Santo (4:14) manifestando o poder e a misericórdia de Deus entre os homens, e assim, tornou-se precursor de um novo tempo - O tempo do Espírito Santo. Sendo a Igreja a comunidade do Espírito ( atos 2). a todos os filhos de Deus é dada a promessa da presença viva do Espírito, poder que consola, transforma, e que manifesta-se no milagre da vida que vence a morte.
O Reino de Deus é o anúncio de Boas Notícias aos pobres. “... consagrou com a unção para anunciar a boa nova aos pobres”. O Reino de Deus anuncia a compaixão de Deus pelos pobres, aflitos, oprimidos e destituídos deste mundo. Deus caminha entre os pobres e anuncia-lhes que estes não são pessoas de segunda categoria, mas os destinatários da boa notícia do acolhimento divino, enriquecidos de misericórdia e amor. “Aí dos ricos! Aí dos os fartos! Aí dos que agora riem e do que são louvados!(6:24-26)”. Quem quiser entrar no Reino se perceba pobre!
3. O Reino de Deus é anúncio de cura e libertação. “.. enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos vós dos ricos”. Ao mundo adoecido é anunciado que Jesus é a cura de Deus. Jesus dirige-se aos adoecidos no corpo, na alma e na mente, cegos e incapazes de ver a verdade e a luz, oprimidos e esmagados por poderes tirânicos, carregados de medos, diminuídos e desvalorizados anunciando-lhes a libertação mediante o poder do Espírito que cura, pacifica a alma, dignifica e dá significado a vida.
4. O Reino de Deus é o anúncio da graça de Deus. “... para proclamar um ano da graça do Senhor”. Jesus veio nos anunciar o ano aceitável do Senhor, o tempo em que Deus nos oferta o perdão dos pecados e convida-nos a beber da água da vida no tempo do acolhimento, da graça do Deus Eterno!
Este é Reino de Deus: a manifestação do amor de Deus que, mediante o poder do Espírito Santo, na Pessoas de Jesus Cristo, cura, liberta e pacifica os pobres e angustiados deste mundo perdido.
Em Cristo, Júlio Marçal, pastor.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010


Pastoral de 17 de janeiro de 2010
JESUS, O VINHO NOVO

“Tendo o mestre-sala provado a água transformada em vinho (não sabendo donde viera, se bem que o sabiam os serventes que haviam tirado a água), chamou o noivo e lhe disse: Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora. Com este, deu Jesus princípio a seus sinais em Caná da Galiléia; manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.” João 2:9-11


A saga humana é absurdamente repetitiva – todos os empreendimentos que são capazes de nos seduzir, de arrebatar nossos desejos e conquistar nossos sonhos começam como um bom vinho, prometendo alegria, risos e festas, mas com o passar do tempo, envelhecem, perdem o sabor ou simplesmente se esgotam. O que se inicia como encantamento, festa e riso, com o passar do tempo vira crise, desânimo e tristeza.
Foi assim na festa de casamento em Caná. Na tradição judaica tais celebrações duravam dias. Deveria ser uma festa que pudesse traduzir o sonho dos noivos - muitas danças, músicas e vinho à vontade para todos. Mas algo drástico aconteceu. Faltou o vinho! Como continuar com os risos e as danças sem vinho? Copos vazios, vidas vazias e noivos envergonhados...
A festa de Caná é uma paródia da vida. No começo, muita festa. No fim, tristeza, apatia.
O texto lido de João 2: 1-11 nos ensina que só a presença de Jesus Cristo pode nos salvar dessa triste condição humana. Jesus nos promete uma nova lógica: ele garante uma nova vida cujo vinho nunca acaba e de sabor sempre melhor. Disse Jesus “ - Eu vim para tenham vida, e vida com abundância”. O milagre aconteceu! A festa foi salva da tragédia. Seis talhas vazias foram cheias d’água que se transformaram em “barris” de bom vinho. A alegria estava garantida.
Somos chamados a nos voltarmos para Cristo, a fonte de toda alegria; beber do seu doce vinho recebido pela fé que está disposta a obedecê-Lo. Assim como o vinho em Caná teve que ser bebido, Deus promete uma nova vida de sabor inigualável a todo aquele que beber de sua Palavra, Jesus Cristo, a água da vida, o vinho novo que desceu do céu.
Em Cristo, Júlio Marçal, pastor.