Pai, em tuas mãos entrego meu espírito.
Lucas 23: 46
A última fala de Jesus Cristo na cruz foi uma oração de entrega confiante no amor do Pai - “Pai, em tuas mãos entrego meu espírito”.
Essa oração foi uma citação do Salmo 31: 5. Neste salmo Davi eleva seu clamor a Deus em meio a um turbilhão de forças esmagadoras: ameaças de morte (v4 e v8); angústias da alma (v9 e v10); injúrias(v11), desamparo (v12). Com o passar do tempo o “em tuas mãos entrego o meu espírito” tornou-se uma tradicional oração ensinada pelas mães israelitas a seus filhos, a ser recitada antes do sono noturno.
Seja na boca do rei Davi, na prece de uma criança ou no último clamor da cruz de Cristo, “em tuas mãos entrego espírito” é uma extraordinária declaração de fé daqueles que reconhecem que a garantia da verdadeira segurança está apenas nas mãos do Pai Celeste.
No Cristo crucificado aprendemos que nem mesmo as mais terríveis ameaças desta vida são capazes de roubar a confiança no amor do Pai. Abandonado por seus amigos, estando sob a tortura da cruz, do escárnio dos seus inimigos e sofrendo da angústia da dor do desamparo por causa dos nossos pecados, Jesus permaneceu firme na confiança em Deus. A cruz não seria o seu fim, pois os que descansam em Deus pacificam o próprio coração na certeza de que o Senhor resplandecerá o seu rosto sobre os seus servos.(Salmo 31: 16).
As palavras de Cristo na cruz começam e terminam em Deus. Em sua primeira fala ele diz: “Pai, perdoa-lhes pois não sabem o que fazem” e termina sua missão na cruz falando ao Pai: “em tuas mãos entrego o meu espírito”. Aos pés da cruz de Cristo aprendemos que uma vida que começa e termina em Deus não pode ser vencida nem mesmo pelo poder da morte. Nosso Senhor Jesus fez da cruz, aquilo que seria um símbolo de vergonha e dor, o trono de glória de onde emana o poder do amor que tudo vence.
Que o espírito do perdão, da graça, do cuidado com o outro, da fé, da sede de Deus, da certeza na obra consumada na cruz e da entrega a Deus estejam em todos nós.
Em Cristo, Júlio Marçal, pastor.
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