sábado, 22 de maio de 2010

A Mensagem da Cruz - A dor do desamparo

“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste.” Mateus 27: 46



Do meio-dia às três da tarde, trevas cobriram o mundo inteiro. Foi quando o Senhor gritou: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparas-te?” Essa foi uma citação do primeiro verso do Salmo 22 que leva-nos a crer que o grito de angústia proclamado por Jesus na cruz expressou dores mais profundas que as de natureza física que lhe foram impostas pela tortura humana.
O Pai e o Filho sempre haviam vivido em perfeita e harmoniosa relação de amor e intimidade, mas na cruz, porque todos os nossos pecados caíram sobre os ombros do Filho, o Pai cobriu o seu rosto ante o horror da crucificação

“Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (II Coríntios 5: 21).

Jesus experimentou a dor da separação! Jesus soube como é doloroso sentir-se abandonado. Por essa razão temos um sacerdote junto ao Pai que pode se compadecer dos nossos sofrimentos, inclusive da dor do desamparo.

“Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” ( Hb 4: 14-16).

O desamparo experimentado por Jesus foi um mergulho que ele mesmo fez em nossos mais profundos sentimentos de morte (estar separado de Deus é a verdadeira morte) para que, de uma vez por todas, pudéssemos gozar da presença constante do Pai em nossas vidas. O próprio Salmo 22 proclama:

“ vós que temeis o SENHOR, louvai-o; glorificai-o, vós todos, descendência de Jacó; reverenciai-o, vós todos, posteridade de Israel. Pois não desprezou, nem abominou a dor do aflito, nem ocultou dele o rosto, mas o ouviu, quando lhe gritou por socorro”. (Salmo 22: 23 e 24).

Cristo vestiu a feiúra dos nossos pecados para que pudéssemos ser apresentados puros na presença do Pai. O Pai e o Filho, por amor, amargaram a dor da separação para que fosse possível nossa eterna união com Deus.
A cruz de Cristo proclama o imensurável amor de Deus que foi capaz de sofrer a dor do abandono por nossa causa. Proclama o quanto o pecado é detestável aos olhos de Deus. Proclama que já não há mais lugar para o abandono na vida daquele que crer no Cristo crucificado.

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