terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Aniversário da Brenda Freire

Alegria e descontração

PERGUNTAS HONESTAS PARA CRISTÃOS SINCEROS
Maiêutica [do Gr. maieutikós: parto] era um processo pedagógico utilizado por Sócrates (IV sec. a.C.) que consistia em uma seqüência de perguntas e respostas que ele fazia aos seus interlocutores, “parindo” deles idéias complexas a partir de perguntas simples. De igual forma, Jesus, inúmeras vezes também questionou aos seus discípulos e aqueles que o rodeavam, esperando respostas e posicionamentos, e a partir delas anunciava-lhes um novo entendimento.
Mesmo o cristão mais sincero normalmente não se anima a rever conceitos que foram se estratificando na alma durante anos, e permaneceram na forma ainda “deficiente” de um neófito na fé. Talvez por isso o apóstolo Paulo se preocupava tanto em reparar continuamente “as deficiências da fé” que os primeiros cristãos apresentavam (1Ts 3.10).
Elaboramos algumas questões para confrontar convicções e paradigmas que nem sempre resistem a uma acareação mais acurada. Vejamos:
I. É razoavelmente aceito no meio evangélico que o crente enfrente certas enfermidades, como taquicardia, hipertensão ou miopia. Entretanto, não se admite que algumas debilidades venham atingir a sua mente, o que gera uma grande resistência caso tenha de fazer terapia ou tomar drogas psiquiátricas. Por que só o corpo sofreria as conseqüências de um mundo decaído, mas a mente não?
II. Muito cristão usa e abusa do bordão “foi da vontade de Deus” para explicar mortes que ocorrem pelo descaso dos governantes e pelas injustiças sociais. Somente em nosso país cerca de 102 mil crianças morrem por ano de doenças ligadas à desnutrição. Faz parte do plano divino que elas morram no Brasil, mas não na Suécia?
III. “Nenhum pardal cai no chão sem o consentimento do Pai”, diz a bíblia. Ainda assim os pardais caem no chão e morrem. Proteção divina significa salvo conduto e a certeza que nenhum mal acontecerá a quem tem fé? O que significa para você ser protegido de Deus?
IV. Por que os pecados relacionados à sexualidade causam aos cristãos reação muito maior que a vaidade, a inveja, a maledicência e a falta de amor? Você se sentiria mais à vontade ouvindo o sermão de um homem sabidamente orgulhoso ou de um adúltero que se confessa arrependido?
V. Por que alguns segmentos cristãos julgam com severidade os apreciadores de um bom vinho, mas se calam contra os que se empanturram de comidas gordurosas, frituras e carnes vermelhas, e tomam bebidas fabricadas com corantes, acidulantes, aromatizantes e conservantes, tudo isso reconhecidamente nocivo à saúde? Não é contraditório?
VI. Se alguns pastores modernos realizam de fato inúmeros milagres na frente das câmeras, porque eles não separam um dia por semana do seu tempo para fazer a alegria de centenas de pacientes nos corredores do Hospital das Clínicas ou então às crianças internadas no Hospital do Câncer?
VII. Se a teologia da prosperidade realmente “funciona”, porque os que promovem tais coisas não fazem um bem para a humanidade instalando seus ministérios nos piores lugares do planeta, tais como a Nigéria, o Haiti ou o Sudão? Por que ela não funciona no vale do Jequitinhonha, a região mais pobre do Brasil?
VIII. Depois de mais de duas décadas de igrejas pregando a prosperidade e atingindo milhões de pessoas nas periferias das grandes cidades, já não era tempo do IBGE ter constatado que os bolsões de miséria na periferia desapareceram, e que bairros de classe média surgiram no seu lugar?
IX. Se Jesus ama as criancinhas, colocando-as como nosso modelo e afirmando que é delas o Reino dos Céus – para desgosto dos discípulos que queriam afastá-las de Sua presença – porque hoje, na prática, as igrejas impedem a efetiva inserção delas no seio das comunidades? Colocamos mais em prática a orientação de Jesus ou a repreensão dos discípulos?
X. Jesus aceitou de bom grado o gesto que uma prostituta lhe fez, chorando muito e adorando-o, causando espanto a todos os convidados que estavam à mesa. Que tipo de pessoas ou grupos, que se derramassem hoje perante Cristo, lhe causaria grande indignação?
XI. Por que Jesus, ao ressuscitar, não foi direto ao palácio de Herodes e de pilatos, mostrando-se a eles, para causar assombro e admiração aos formadores de opinião da época? D
Dar visibilidade à fé com marchas e shows faria parte dos propósitos de Jesus hoje?
XII. Por que damos tanta importância aos empreendedores, vitoriosos, e famosos, e mal reparamos nos simples e desprovidos de atrativos, se Jesus falou que aquilo que é “elevado entre os homens é abominação diante de deus”? Preferimos as coisas humildes ou as que exercem fascínio?
XIII. Se Jesus pede para cada um tomar a sua cruz e segui-lo, por que tanta gente vai atrás dele pedindo facilidades na vida?
XIV. O que você acha de deixar noventa e nove ovelhas no aprisco para ir atrás de uma rebelde que se perdeu? Você concorda com essa aritmética divina ou é adepto do pragmatismo que privilegia as multidões?
As respostas a todas estas perguntas estão nas escrituras. Confronte o que você “sabe, pensa ou acha” com a palavra. Busque-a, leia com honestidade, esqueça tudo o que já ouviu de terceiros não confiáveis, peça orientação ao espírito santo e sabedoria que vem do alto. Amém!
Pr. Daniel Rocha - Metodista, Itaberaba-SP

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

PROSTITUTOS CULTUAIS E MERCADORES DA FÉ

PROSTITUTOS CULTUAIS E MERCADORES DA FÉ


Eu estava tentando encontrar um adjetivo para qualificar os atuais cantores e pregadores que cobram elevadas somas em dinheiro para pregar ou cantar nas igrejas e em conferências promovidas por evangélicos, e achei que “mercador da fé” não é um adjetivo apropriado, porque é simples demais para nominar tais pessoas. Pois bem. Vejo esses exploradores da boa-fé evangélica como prostitutos cultuais – que é a tradução da versão atualizada – para os que se prostituíam junto aos templos pagãos e que depois passaram a se prostituir diante do templo do Senhor em Jerusalém. Porque os prostitutos (as) cultuais mencionados na Bíblia exploravam os que se dirigiam ao templo para adoração oferecendo-lhes um pouco de orgia – orgia sexual revestida de espiritualidade, como alguns desses a que me refiro que falam línguas, profetizam, oram pelos enfermos, são místicos e super espirituais... Mas orgiofantes (como os sacerdotes que prestavam culto a Dionísio).
Os prostitutos e prostitutas cultuais, comuns nos templos pagãos passaram a conviver com os adoradores junto ao templo de Jerusalém, indicativo de uma deformação espiritual da nação de Israel. Não estou afirmando que é comum tais pessoas se prostituirem de verdade, em orgias sexuais; estou afirmando, isto sim, que sempre que uma pessoa se afasta de Deus, comete prostituição com outros deuses – fato mencionado pelo próprio Deus em várias passagens do Antigo Testamento. Em Ezequiel 16 ele compara Israel a uma menina, que é cuidada por Deus, adornada e preparada para ser esposa, mas se prostitui com os povos vizinhos.
Deus se antecipou ao que poderia acontecer e recomendou a Moisés: “Das filhas de Israel não haverá quem se prostitua no serviço do templo, nem dos filhos de Israel haverá quem o faça... Não trarás salário de prostituição nem preço de sodomita à Casa do Senhor, teu Deus (Dt 23.17-18).
O que se vê hoje no Brasil é uma orgia espiritual, uma masturbação coletiva praticada por cantores e cantoras, pregadores e pregadoras, que não conseguiram fazer sucesso no mundo e encontraram na igreja um filão de negócio; o caminho para o enriquecimento à custa da espiritualidade dos irmãos.
Imagine o Lázaro da Bíblia, que Jesus ressuscitou dos mortos gravando seu cd e saindo pelo mundo a pregar nas igrejas, usando os recursos para comprar bens e imóveis em Atenas, Roma e Jerusalém. Imagine Dorcas, relatando sua ressurreição e insinuando aos irmãos por onde pregava que precisava de dinheiro para comprar máquinas de costura a fim de ajudar os pobres com maior eficácia, lucrando com a bênção alcançada. Eles seriam excluídos do rol de membros do céu pelos apóstolos. Pois sei que esses excrementos espirituais – e não há palavra melhor para descrever tais pessoas – cobram preços exorbitantes para pregar e cantar. Eu estava numa cidade pregando o evangelho e em várias cidades daquele Estado os irmãos se mobilizavam para ouvir o ex (que deve ter fracassado no mundo) cujo preço varia de 20 a 35 mil reais por apresentação. Este cantor que explora a espiritualidade do povo deve ganhar, pelo menos, com a agenda cheia em torno de cem mil reais por semana! Sim, porque fazem sucessos os ex-, sejam ex de quaisquer espécies. Ex que tocou na famosa banda do mundo; ex- que se prostituía com drogas, mas agora se prostitui com dinheiro. prostituem-se com a fé. Sim, porque quais prostitutos cultuais do AT usam da espiritualidade para fazer orgia com o povo com o fim de levar o povo a se alegrar, enquanto eles ficam ricos.
Uma denominação pentecostal nutriu, alimentou e criou um pregador que cobra o exorbitante preço de quinze mil reais por pregação e nunca tomou uma atitude corretiva e disciplinar quanto a seu enriquecimento e vida pessoal; ao contrário, alimenta o sucesso desse mercador de dons. Balaão se sentiria envergonhado!
Assim, quando viajo pelo Brasil sinto no ar o odor fétido que eles deixam por onde passam; o odor da prostituição espiritual, o cheiro nauseabundo que costumam exalar os espiritualmente mortos. Que se prostituem espiritualmente e que levem pastores, líderes e povo à prostituição com eles é inegável, e não é de se duvidar de que se prostituam literalmente em seus confortáveis quartos de hotel. Pregadores e cantores que fazem exigências incomuns; que não aceitam fazer uma refeição na casa de irmãos; apenas em restaurantes que servem a La Carte. Que não se contentam com os bons hotéis e se não houver os melhores, recusam-se participar de eventos a menos que suas exigências sejam atendidas.
Os culpados são os líderes que atraídos pela ganância financeira esperam obter lucros com os gananciosos. Certamente porque muitos pastores, apóstolos e líderes se prostituíram espiritualmente, empolgados com as riquezas deste mundo, sonhando com mansões no litoral brasileiro e nas famosas cidades dos Estados Unidos.
Que posso dizer? Afirmar que alguns desses pastores que apóiam tais cantores e pregadores, juntamente com estes sejam descendentes de Balaão – que se prostituiu e usou de seus dons para ensinar Balaque a armar ciladas para os filhos de Israel – seria ofender o profeta do Antigo Testamento, que por seu pecado foi morto por Josué. Quem sabe possuem o DNA de Judas, ou são da mesma linhagem espiritual que vendem o nosso Senhor em troca das benesses de Mamom. Pedro e Judas descreveram tais cantores, pregadores e pastores com adjetivos pouco recomendáveis, afirmando que estes“andam em imundas paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não temem difamar autoridades superiores... Considerando como prazer a sua luxúria carnal em pleno dia, quais nódoas e deformidades, eles se regalam nas suas próprias mistificações, enquanto banqueteiam junto convosco; tendo os olhos cheios de adultério e insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado na avareza, filhos malditos; abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça... Esses tais são como fonte sem água, como névoas impelidas por temporal. Para eles está reservada a negridão das trevas”
Por mistificações o apóstolo está se referindo aos que usam dos dons espirituais para se sobrepor aos demais; eles têm dons, são místicos e falam como se uma nuvem de transcendência divina repousasse sobre eles.
Faz-se necessária uma limpeza na igreja, a casa de Deus, como fizeram Asa e Josafá. Asa tirou de cena sua própria mãe e “removeu os prostitutos cultuais” que usavam o templo como local de prostituição. Josafá ainda precisou intensificar a reforma, porque, de tempos em tempos os aproveitadores da boa vontade do povo; os exploradores da espiritualidade das pessoas, tais como eram os filhos de Eli aparecem na igreja de Deus (1 Rs 15.12; 22.47).
Uma igreja rameira serve de alcova para os exploradores da espiritualidade do povo. E Deus haverá de limpar sua igreja.

Pr. João Antonio de Souza Filho

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Perdão - dom de Deus

“-Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.” Esta foi uma das últimas frases proferidas por Jesus Cristo na cruz. Vítima de um julgamento e de uma condenação injusta, de falsas acusações, do ódio e da maldade humana, Jesus ora ao Pai rogando-lhe perdão aos seus inimigos. Nessa oração de Jesus, bem como em seus ensinamentos e vida, aprendemos a respeito da importância do perdão como único meio de graça capaz de promover vida para com Deus, para com o próximo e para consigo mesmo.

1. O perdão nos faz vivos para Deus -Somos seres adoecidos pelo pecado, cuja força nos empurra para longe de sua presença. Por essa causa, fugimos de Deus. Conseqüência: tornamos-nos vazios, alienados, frios, infelizes, impotentes e escravos dos nossos próprios desejos egoístas e destrutivos. A boa nova do evangelho proclama que na morte de Cristo na cruz do Calvário foi inaugurado um novo tempo de paz. O perdão é a porta para essa nova realidade. Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, o Filho do Homem foi levantado na cruz para que todo aquele que nele crer tenha vida. Nas palavras de Paulo, apóstolo, “ nele temos a redenção por meio do seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com a riqueza da sua graça.’ ( Efésios 1:7). Porque Deus nos perdoou em Cristo, agora podemos nos aproximar de sua Presença com ousadia e confiança.

2. O perdão nos faz vivos para o próximo – Todo aquele que já foi perdoado por Deus recebe graça para perdoar o próximo. Na oração do "Pai Nosso" aprendemos que o perdão que recebemos de Deus acontece na mesma disposição que temos em perdoar nossos ofensores. ( perdoa as nossas dívidas assim como temos perdoado a nossos devedores). Deus nos reconciliou e nos fez ministros da reconciliação. Não perdoar o próximo é mata-lo em nosso coração. Perdoá-lo é oferecê-lo o direito de viver em paz.

Na cruz aprendemos de Cristo como perdoar- “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”- É preciso que reconheçamos que o outro/ofensor é mais uma vítima do pecado, da ignorância. Nosso ofensor deve ser digno da nossa misericórdia, da nossa paciência, da nossa compaixão. Esse é o sentimento que habita todo aquele que deseja ser tratado por Deus com misericórdia, paciência e compaixão.

3. O perdão nos faz vivos para nós mesmos - Nenhum de nós está totalmente livre dos ressentimentos, rancores e mágoas. Há muitos que carregam feridas abertas no coração por terem sido vítimas da incompreensão, do abuso, da traição ou violência de alguém. Esses sentimentos se instalam na alma e rouba-nos a alegria de viver. Pior, ofusca nossa percepção da Presença do Deus de Perdão.

Pessoas que não conseguem perdoar acabam se tornando escravas de sentimentos escuros. A falta de perdão carrega uma força maligna. Em 2Coríntios 2:10 lemos assim: "E a quem perdoardes alguma coisa também eu; porque o que eu também perdoei, se é que tenho perdoado, por amor de vós o fiz na presença de Cristo; para que não sejamos vencidos por Satanás" ou "para que Satanás não leve vantagem sobre nós." Ou seja, corações carregados de mágoas, ressentimentos ou ódio tornam-se um campo fértil paras as sementes do maligno; adoecem na alma, no corpo e no coração.

Quem perdoa está fazendo um bem a si mesmo. Deus se faz presente na vida de todo aquele que carrega um coração disposto a perdoar sempre!

O Perdão é a manifestação da graça de Deus para a solução dos problemas da humanidade. Ouso dizer que o perdão é a mais extraordinária força que podemos experimentar. Jesus ensinou e praticou o perdão. O perdão é dom de Deus.
Julio Marçal

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Igreja de Cristo - 10 anos


“Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom e a sua misericórdia dura para sempre.” Salmo 118: 29


Há dez anos nascia a Igreja de Cristo em Frecheirinha - gente que, atraída pela Proclamação das Boas Notícias do Reino de Deus, deixou-se vazar pelo desafio de ser discípulo de Jesus Cristo, com a consciência de suas limitações e a esperança no poder do Espírito Santo.
O que dizer desses dez anos? Certamente muitas foram as vitórias, vidas restauradas, relacionamentos curados, vínculos fortalecidos, amadurecimento, companheirismo... Dificuldades? Inúmeras. Sofrimento, choro e angústias teceram parte considerável de nossa trajetória. Mas como nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam, louvamos ao Nosso Pai Celeste por sua doce presença em meio a tantas lutas e por sua imensa graça que renova nossas esperanças.
Hoje nos reunimos para celebrar ao nosso Grande Deus - até aqui nos ajudou o Senhor! Hoje é dia de celebração, dia de festa, de risos, abraços e de euforia...


Reunimo-nos também para reafirmar compromissos. Compromisso com o Evangelho do Reino de Deus e da inegociável liberdade que temos em Cristo - Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. Gálatas 5: 1
Reafirmamos nosso desejo de ser uma igreja alegre e que não se submeta aos engessamentos da religiosidade fria, legalista e carrancuda. Certo estamos que alguns “em vão O adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. Mateus 15:9
Reafirmamos nosso desejo ser uma igreja acolhedora, inclusiva. Uma expressão visível do amor do Pai que nos ensina ‘- ide, porém, e aprendei o que significa misericórdia quero”. Mateus 9: 3
Reafirmamos nosso desejo de ser Igreja de Cristo.
Em Cristo, Júlio Marçal, pastor.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

OS MILAGRES CONTRA O AMOR

O que diferencia as coisas de Deus das coisas dos deuses entre os homens, não são milagres, nem poderes, nem demonstrações, nem sinais, nem prodígios, nem coisas extraordinárias, posto que todas essas coisas sempre tenham se manifestado entre todos os povos da terra.
Línguas estranhas, profecias, sonhos e visões, curas, sinais prodigiosos, etc... — estão presentes em todos os registros de quase todos os povos primitivos.
Portanto, o que diferencia as coisas de Deus das coisas dos deuses não são fenômenos, mas um único fenômeno: o amor...
Não é o nome de um deus ou de “Deus” é o que faz a diferença, mas exclusivamente o amor...
Onde o diferencial é amor, não importa a cultura, o ambiente religioso, a ignorância, whatever...
Se há amor, aí há Deus...
Se não há amor, pode haver o nome de Deus, as doutrinas de “Deus”, culto a Deus, tudo a Deus — mas não haverá Deus aí...
Milagres sem Deus são comuns...
O incomum é o milagre de Deus...
O sobrenatural não é a marca de Deus...
A marca de Deus é o amor...
O mundo está cheio de milagres e de sobrenatural..., mas vazio de Deus!
Jesus fez muitos milagres, mais milagres do que qualquer outro ser humano...
No entanto, a leitura do Evangelho nos mostra que Jesus faz milagres como um gesto de amor pela fraqueza e pela dor humana, mas não como um recurso da revelação de Deus...
Ao contrário, Jesus denuncia a relação adoecida das multidões com os Seus próprios milagres; e diz: “Não foi por mim e nem pela Palavra que vocês voltaram, mas porque vocês comeram pão de graça”...
Jesus fez e aconteceu... até que “os judeus” começaram a “pedir sinais”...
Então Ele foi diminuindo...
A esta geração não será dado outro sinal senão o do profeta Jonas! — disse Jesus nessa hora.
Milagres do amor curam e não adoecem a alma...
Mas os milagres dos fenômenos, esses matam o espírito...; pois criam fé no milagre e não em Deus, e dão ao que busca o milagre a sensação errada de que o milagre valida a experiência da pessoa com Deus; e não é o caso...
Por isto é que no Evangelho o único milagre a ser sempre celebrado é o da conversão, é o do arrependimento, é o da novidade de vida, é o novo nascimento!...
Ora, esse milagre que o Evangelho busca e celebra, só acontece mediante o amor; pois, sem amor, todo milagre é apenas manifestação de um fenômeno...
“Ainda que tudo...” — sem amor nada aproveitará.
O problema é que os crentes, à semelhança dos judeus dos dias de Jesus, buscam sinais, mas não querem a Palavra!
Assim, buscando sinais não crêem no amor e na fé como sinais que superam todos os demais...
Ao final, o que acontece é que um milagreiro lê este meu texto e ri de mim, desse coitado, desse romântico, desse otário, desse bobo que fica aí falando de amor...
Eu, todavia, creio tanto nisto quanto em tudo o mais..., mas quero apenas ser discípulo dos milagres do amor de Deus, e não tenho desejo por nenhum poder que não nasça exclusivamente do amor.

Nele, de Quem aprendi que se não for assim [...] de Deus não é,

Caio Fabio

sábado, 3 de outubro de 2009

Perdoem-me o desgosto - Caio Fábio

Perdoem-me, irmãos, eu confesso a tão aguardada confissão de minha boca.
Sim, eu confesso que não posso mais deixar de declarar a minha alma. Para mim é questão de vida ou morte. Perdoem-me, irmãos, mas eu preciso confessar. Sim, eu confesso... Está insuportável.

Se eu não abrir a minha boca, minha alma explodirá em mim.

É insuportável ligar a televisão e ver o culto que se faz ao Monte Sinai, que gera para escravidão. Os Gálatas são o nosso jardim da infância. Nós nos tornamos PHDs do retrocesso à Lei e aos sacrifícios. Pisa-se sobre a Cruz de Cristo em nome de Jesus. Insuportável! Seja anátema!

É insuportável ver o culto à fé na fé, e também assistir descarados convites feitos em nome de Deus para que se faça novos sacrifícios, visto que o de Jesus não foi suficiente, e Deus só atende se alguém fizer voto de freqüência ao templo, e de dinheiro aos sacerdotes do engano e da ganância. Insuportável!

É insuportável assistir ao silêncio de todos os dantes protestantes—e que até hoje ofendem os cultos afro-ameríndios por seus sacrifícios, sendo que estes ainda têm razão para sacrificar, visto que não confessam e não oram em nome de Jesus—ante o estelionato feito em e do nome de Jesus, quando se convida o povo para sacrificar a Deus, tornando o sacrifício de Jesus algo menor e dispensável. Insuportável!

É insuportável ver o povo sendo levado para debaixo do jugo da Lei quando se ressuscitam as maldições todas do Velho Testamento, e que morreram na Cruz, quando Jesus se fez maldição em nosso lugar. Insuportável!

É insuportável ver que para a maioria dos cristãos a Lei não morreu em Cristo, conforme a Palavra, visto que mantêm-na vigente como “mandamento de vida”, mas que apenas existe para gerar culpa e morte, também conforme a Escritura. Insuportável!

É insuportável ver e ouvir pastores tratando a Graça de Deus como se fosse uma parte da Revelação, como mais uma doutrina, sem discernir que não há nada, muito menos qualquer Revelação, se não houver sempre, antes, durante, depois, transcendentemente e imanentemente, Graça e apenas Graça. Misericórdia!

É insuportável ver a Bíblia sendo ensinada por cegos e que guiam outros cegos, visto que nem mesmo passaram da Bíblia como livro santo, desconhecendo a Revelação da Palavra da Graça do Evangelho de Deus. Insuportável tristeza!

É insuportável ver que os cristãos “acreditam em Deus”, sem saber que nada fazem mais que os demônios quando assim professam, posto que não estamos nesta vida para reconhecer que Deus existe, mas para amá-Lo e conhecê-Lo. Insuportável desperdício!

É insuportável enxergar que a mensagem do Evangelho foi transformada em guia religioso, no manual da verdade dos cristãos, mais uma doutrina da Terra. Insuportável humilhação!

É insuportável ver os que pensam que possuem a doutrina certa jamais terem a coragem de tentar vivê-la como mergulho existencial de plena confiança, mas tão somente como guia de bons costumes e de elevados padrões morais. Insuportável religiosidade!

É insuportável ver gente tentando “estudar Deus”, e a ensinar aos outros a “anatomia do divino”, ou a buscar analisar Deus como parte de um processo, no qual Deus está aprendendo junto conosco, não sabendo tais mestres que são apenas fabricantes de ídolos psicológicos. Insuportável sutileza!

É insuportável ver que há muitos que sabem, mas que nada dizem; vêem, mas nada demonstram; discernem, mas em nada confrontam; conhecem, mas tratam como se nada tivesse conseqüências...Insuportável...

É insuportável ver que se prega o método de crescimento de igreja, não a Palavra; que se convida para a igreja, não mais para Jesus; e que a cada cinco anos toda a moda da igreja muda, conforme o que chamam de “novo mover”. Insuportável vazio!

É insuportável ouvir pastores dizendo que o que você diz é verdade, mas que eles não têm coragem de botar a cara para apanhar, mesmo que seja pela verdade e pela justiça do evangelho do reino de Deus. Insuportável dissimulação!

É insuportável ver um monte de homens e mulheres velhos e adultos brincando com o nome de Deus, posando de pastores, pastoras, bispos, bispas, apóstolos e apostolas, sendo que eles mesmos não se enxergam, e não percebem o espetáculo patético no qual se tornaram, e o ridículo de suas aspirações messiânicas estereotipadas e vazias do Espírito. Insuportável jactância e loucura!

É insuportável ver Jesus sendo tratado como “poder maior” e não como único poder verdadeiro. Insuportável idolatria!

É insuportável ver o diabo ser glorificado pela freqüência com a qual se menciona o seu nome nos cultos, sendo que Paulo dele falou menos de uma dúzia de vezes em todas as suas cartas, e as alusões que Jesus fez a ele foram mínimas. No entanto, entre nós o diabo está entronizado como o inimigo de Cristo e o Senhor das Culpas e Medos. E, assim, pela freqüência com a qual ele é mencionado, ele é crido; e seu poder cresce na alma dos humanos, a maioria dos quais sabe apenas do Medo da Lei, e nada acerca da Total Libertação que temos da Lei e do diabo na Graça de Jesus, que o despojou na Cruz. Insuportável culto!

É insuportável ver seres humanos sendo jogados fora do lugar de culto por causa de comida, bebida, cigarro, roupa, sexualidade, ou catástrofes de existência. Isto enquanto se alimenta o povo com maldade, inveja, mentira, politicagem, facções, e maldições. Insuportável é coar o mosquito e engolir o camelo!

É chegada a hora do juízo sobre a Casa de Deus! De Deus não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará. A eternidade está às portas. Então todos saberão que não minto, mas falo a verdade, conforme a Palavra do Evangelho de Jesus.

Com tremor e temor, porém certo da verdade de Jesus, Caio fábio

sábado, 26 de setembro de 2009

MEIO AMBIENTE

Qual será o futuro de nossos netos?

Olhando meus netos brincando no jardim, saltitando como cabritos, rolando no chão e subindo e descendo árvores surgem-me dois sentimentos. Um de inveja: já não posso fazer nada disso com as quatro próteses que tenho nos membros inferiores. E outra de preocupação: que mundo irão enfrentar dentro de alguns anos?

Os prognósticos dos especialistas mais sérios são ameaçadores. Há uma data fatídica ou mágica sempre aventada por eles: o ano 2025. Quase todos afirmam: se nada fizermos ou não fizermos o suficiente já agora, a catástrofe ecologicohumanitária será inevitável.

A recuperação lenta que se nota em muitos países da atual crise economicofinanceira, não significa ainda uma saída dela. Apenas que a queda livre se encerrou. Volta o desenvolvimento/crescimento mas com outra crise: a do desemprego. Milhões estão sendo condenados a serem desempregados estruturais. Quer dizer, não irão mais ingressar no mercado de trabalho, sequer ficarão como exército de reserva do processo produtivo. Serão simplesmente dispensáveis. Que significa ficar desempregado permanentemente senão uma lenta morte e uma desintegração profunda do sentido da vida? Acresce ainda que estão prognosticados até àquela data fatídica cerca de 150 a 200 milhões de refugiados climáticos.

O relatório “State of the Future 2009”(O Globo de 14.07/09) feito por 2.700 cientistas diz, enfaticamente, que devido principalmente ao aquecimento global, por volta de 2025, cerca de três bilhões de pessoas não terão acesso à água potável. Que significa dizer isso? Simplesmente que esses bilhões, se não forem socorridos, poderão morrer por sede, desidratação e outras doenças. O relatório diz mais: metade da população mundial estará envolvida em convulsões sociais em razão da crise sócio-ecológica global.

Paul Krugman, prêmio Nobel de economia de 2008, sempre ponderado e crítico quanto à insuficiência das medidas para enfrentar a crise socioambiental, escreveu recentemente: “Se o consenso dos especialistas econômicos é péssimo, o consenso dos especialistas das mudanças climáticas é terrível” (JB 14/07/09). E comenta: “Se agirmos da mesma forma como agimos, não o pior cenário mas o mais provável, será a elevação de temperaturas que vão destruir a vida como a conhecemos.”

Se provavelmente assim será, minha preocupação pelos netos se transforma em angústia: que mundo herdarão de nós? Que decisões serão obrigados a tomar que poderão significar para eles vida ou morte?

Comportamo-nos como se a Terra fosse só nossa e de nossa geração. Esquecemos que ela pertence principalmente aos que ainda virão, nossos filhos e netos. Eles têm direito de poder entrar neste mundo, minimamente habitável e com as condições necessárias para uma vida decente que não só lhes permita sobreviver mas florescer e irradiar.

Os cenários referidos acima nos obrigam a soluções que mudam o quadro global de nossa vida na Terra. Não dá para continuar ganhando dinheiro com a venda do direito de poluir (créditos de carbono) e com a economia verde. Se o gênio do capitalismo é saber adaptar-se a cada circunstância, desde que se preservem as leis do mercado e as chances de ganho, agora devemos reconhecer que esta estratégia não é mais possível. Ela precipitaria a catástrofe previsível.

Para termos futuro devemos partir de outras premissas: ao invés da exploração, a sinergia homem-natureza, pois Terra e humanidade formam um único todo; no lugar da concorrência, a cooperação, base da construção da sociedade com rosto humano.

Dão-me alguma esperança os teóricos da complexidade, da incerteza e do caos (Prigogine, Heisenberg, Morin) que dizem que em toda a realidade funciona a seguinte dinâmica: a desordem leva à auto-organização e à uma nova ordem e assim à continuidade da vida num nível mais alto.” Porque amamos as estrelas não temos medos da escuridão.

Leonardo Boff é co-autor com Mark Hathaway de The Tao of Liberation. En Exploration of Ecology of Transformation, N.York a sair em breve.

Ilustração de Jasiel Botelho

domingo, 20 de setembro de 2009

Missão integral e missão transcultural*




René Padilla

O entendimento tradicional da missão, que tomou forma no movimento missionário moderno especialmente a partir do final do século 18, concebia missão essencialmente em termos geográficos: era quase sempre atravessar as fronteiras geográficas com o propósito de levar o evangelho desde o “mundo ocidental e cristão” aos “campos missionários” do mundo não cristão (os países pagãos). Falar de missão era falar de missão transcultural, para salvar almas e plantar igrejas, principalmente no exterior. Os agentes dessa missão eram primordialmente os missionários estrangeiros que se sentiam chamados por Deus para o campo missionário.

Apesar das deficiências desse conceito de missão, devemos ser gratos pelo labor desses missionários tradicionais (a Deus seja a glória). Entretanto precisamos reconhecer que o fato de identificarmos a missão da igreja com o modelo de missão transcultural, deu lugar a pelo menos quatro tipos de dicotomias que têm afetado a igreja negativamente: 1) entre igrejas que enviam missionários (a maioria no mundo ocidental cristão) e igrejas que recebem missionários (quase que exclusivamente nos países do chamado Terceiro Mundo: Ásia, África e América Latina); 2) entre o “lar”, localizado em algum país do “mundo ocidental” e o “campo missionário”, localizado em algum país pagão; 3) entre os missionários chamados por Deus a servir e cristãos comuns, que podem desfrutar dos benefícios da salvação, mas estão exonerados de participar no que Deus faz no mundo; 4) entre a vida e a missão da igreja.

Todas essas dicotomias vinham da redução da missão a um esforço missionário transcultural. E como conseqüência delas, a missão era primordialmente da evangelização que levavam a cabo os missionários enviados de países cristãos aos campos missionários do mundo, com a qual cumpriam representativa ou vicariamente a tarefa missionária de toda a igreja.

Já a missão integral entende que a missão pode ou não envolver a travessia de fronteiras geográficas, mas tem a ver primordialmente com a travessia da fronteira entre a fé e a não-fé, seja em casa ou no exterior, em função do testemunho sobre Jesus Cristo como Senhor da totalidade da vida e de toda a criação. Cada geração de cristãos em todo lugar recebe o poder do Espírito que torna possível o testemunho do evangelho “tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, até os confins da terra” (At 1.8). Então, cada igreja, seja qual for sua localização, está chamada a participar na missão de Deus — uma missão que tem alcance local, regional e mundial — começando em sua própria “Jerusalém”. Para cruzar a fronteira entre a fé e a não-fé, o cruzamento de fronteiras geográficas é fator secundário. O compromisso com a missão está na essência do ser igreja e esta se compromete de fato com a missão quando se propõe a comunicar o evangelho mediante tudo o que “é, faz e diz”. É a encarnação dos valores do reino de Deus e testificar do amor e da justiça revelados em Jesus Cristo, no poder do Espírito Santo, em vistas da transformação da vida humana em todas as suas dimensões, tanto pessoais quanto comunitárias.

O cumprimento desse propósito pressupõe que todos os membros da igreja, apenas pelo fato de terem sido integrados ao Corpo de Cristo, recebem dons e ministérios para o exercício de seu sacerdócio, para o qual foram “ordenados” mediante seu batismo. A missão não é responsabilidade e privilégio de um pequeno grupo de fiéis que se sintam chamados ao campo missionário, e sim de todos os membros, já que formam o “sacerdócio real” e foram chamados por Deus “para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9) onde quer que se encontrem.

Concebido nesses termos, este “novo paradigma para a missão” não é tão novo: é, na verdade, uma recuperação do conceito bíblico de missão, já que, de fato, a missão é fiel ao ensino das Escrituras na medida em que se coloca a serviço do reino de Deus e sua justiça. Conseqüentemente, põe-se o foco no cruzamento da fronteira ente a fé e a não-fé não somente em termos geográficos, mas também em termos culturais, étnicos, sociais, econômicos e políticos com o fim de transformar a vida em todas as suas dimensões, segundo o propósito de Deus, de modo que todas as pessoas e comunidades humanas experimentem a vida abundante que Cristo lhes oferece. Assim, a missão integral resolve as dicotomias mencionadas das seguintes maneiras: 1) Pelo menos em princípio, todas as igrejas enviam e todas as igrejas recebem. Todas as igrejas possuem algo para ensinar e algo para aprender das outras. O caminho que a missão segue não é de um só sentido — dos países “cristãos” aos “pagãos” — , é um caminho de mão dupla; 2) Todo o mundo é campo missionário, e cada necessidade humana é uma oportunidade de ação missionária. A igreja local é chamada a manifestar o reino de Deus em meio aos reinos do mundo não somente pelo que diz, mas também pelo que é e por tudo o que faz em resposta às necessidades humanas ao seu redor; 3) Todo cristão está chamado a seguir a Jesus Cristo e a comprometer-se com a missão de Deus no mundo. Os benefícios da salvação são inseparáveis de um estilo de vida missionário, e isto implica, entre outras coisas, o exercício do sacerdócio universal dos crentes em todas as esferas da vida humana segundo os dons e ministérios que o Espírito de Deus outorgou livremente ao seu povo; 4) A vida cristã em todas as suas dimensões, no nível pessoal e comunitário, é o testemunho primordial da soberania universal de Jesus Cristo e do poder transformador do Espírito Santo. A missão é muito mais do que palavras: tem a ver com qualidade de vida – se demonstra na vida que recupera o propósito original de Deus para a relação do ser humano com o Criador, com o próximo e com a criação.

Em conclusão, a missão integral é o meio designado por Deus para levar a cabo na história, por meio da igreja e no poder do Espírito, seu propósito de amor e justiça revelado em Jesus Cristo.

Nota
* Traduzido por Fabrício Cunha e Ricardo Wesley Borges. Veja o texto completo em <www.forumjovemdemissaointegral.org>.

Igreja de Cristo em Frecheirinha





sábado, 29 de agosto de 2009

O Reino é simples

UM CONVITE À DOCE REVOLUÇÃO – O Reino é simples!

Artigo 1 – Fica decretado que agora não há mais nenhuma condenação para quem está em Jesus, pois o Espírito da Vida em Cristo livra o homem de toda culpa para sempre.

Artigo 2 – Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive os Sábados e Domingos, carregam consigo o amanhecer do Dia Chamado Hoje, por isso qualquer homem terá sempre mais valor que as obrigações de qualquer religião.

Artigo 3 – Fica decretado que a partir deste momento haverá videiras, e que seus vinhos podem ser bebidos; olivais, e que com seus azeites todos podem ser ungidos; mangueiras e mangas de todos os tipos, e que com elas todo homem pode se lambuzar.

Parágrafo do Momento: Todas as flores serão de esperança, pois que todas as cores, inclusive o preto, serão cores de esperança ante o olhar de quem souber apreciar. Nenhuma cor simbolizará mais o bem ou o mal, mas apenas seu próprio tom, pois o que daí passar estará sempre no olhar de quem vê.

Artigo 4 – Fica decretado que o homem não julgará mais o homem, e que cada um respeitará seu próximo como o Rio Negro respeita suas diferenças com o Solimões, visto que com ele se encontra para correrem juntos o mesmo curso até o encontro com o Mar.

Parágrafo que nada pára: O homem dará liberdade ao homem assim como a águia dá liberdade ao seu filhote para voar.

Artigo 5 – Fica decretado que os homens estão livres e que nunca mais nenhum homem será diferente de outro homem por causa de qualquer Causa. Todas as mordaças serão transformadas em ataduras para que sejam curadas as feridas provocadas pela tirania do silêncio. A alegria do homem será o prazer de ser quem é para Aquele que o fez e para todo aquele que encontre em seu caminhar.

Artigo 6 – Fica ordenado, por mais tempo que o tempo possa medir, que todos os povos da Terra serão um só povo, e que todos trarão as oferendas da Gratidão para a Praça da Nova Jerusalém.

Artigo 7 – Pelas virtudes da Cruz fica estabelecido que mesmo o mais injusto dos homens que se arrependa de seus maus caminhos terá acesso à Arvore da Vida, por suas folhas será curado, e dela se alimentará por toda a eternidade.

Artigo 8 – Está decretado que pela força da Ressurreição nunca mais nenhum homem apresentará a Deus a culpa de outro homem, rogando com ódio as bênçãos da maldição. Pois todo escrito de dívidas que havia contra o homem foi rasgado, e assustados para sempre ficaram os acusadores da maldade.

Parágrafo único: Cada um aprenderá a cuidar em paz de seu próprio coração.

Artigo 9 – Fica permanentemente esclarecido, com a Luz do Sol da Justiça, que somente Deus sabe o que se passa na alma de um homem. Portanto, cada consciência saiba de si mesma diante de Deus, pois para sempre todas as coisas são lícitas, e a sabedoria será sempre saber o que convém.

Artigo 10 – Fica avisado ao mundo que os únicos trajes que vestem bem o homem diante de Deus não são feitos com pano, mas com Sangue; e que os que se vestem com as Roupas do Sangue estão cobertos mesmo quando andam nus.

Parágrafo certo: A única nudez que será castigada será a da presunção daquele que se pensa por si mesmo vestido.

Artigo 11 – Fica para sempre discernido como verdade que nada é belo sem amor, e que o olhar de quem não ama jamais enxergará qualquer beleza em nenhum lugar, nem mesmo no Paraíso ou no fundo do Mar.

Artigo 12 – Está permanentemente decretado o convívio entre todos os seres, por isso nada é feio, nem mesmo fazer amizades com gorilas ou chamar de "minha amiga" a sucuri dos igapós. Até a “comigo-ninguém-pode” está liberta para ser somente a bela planta que é.

Parágrafo da vida: Uma única coisa está para sempre proibida: tentar ser quem não se é.

Artigo 13 – Fica ordenado que nunca mais se oferecerá nenhuma Graça em troca de nada, e que o dinheiro perderá qualquer importância nos cultos do homem. Os gasofilácios se transformarão em baús de boas recordações, e todo dinheiro em circulação será passado com tanta leveza e bondade que a mão esquerda não ficará sabendo o que a direita fez com ele.

Artigo 14 – Fica estabelecido que todo aquele que mentir em nome de Deus vomitará suas próprias mentiras e delas se alimentará como o camelo, até que decida apenas glorificar a Deus com a verdade do coração.

Artigo 15 – Nunca mais ninguém usará a frase “Deus pensa...”, pois, de uma vez e para sempre, está estabelecido que o homem não sabe o que Deus pensa.

Artigo 16 – Estabelecido está que a Palavra de Deus não pode ser nem comprada e nem vendida, pois cada um aprenderá que a Palavra é livre como o Vento e poderosa como o Mar.

Artigo 17 – Permite-se para sempre que onde quer que dois ou três invoquem o Nome em harmonia, nesse lugar nasça uma Catedral, mesmo que esteja coberta pelas folhas de um bananal.

Artigo 18 – Fica proibido o uso do Nome de Jesus por qualquer homem que o faça para exercer poder sobre seu próximo, e estabelecido que melhor que a insinceridade é o silêncio. Daqui para frente nenhum homem dirá “o Senhor me falou para dizer isto a ti”, pois Deus mesmo falará à consciência de cada um. Todos os homens e mulheres que crêem serão iguais, e ninguém jamais demandará do próximo submissão, mas apenas reconhecerá o seu direito de livremente ser e amar.

Artigo 19 – Fica permitido o delírio dos profetas, e todas as utopias estão agora instituídas como a mais pura realidade.

Artigo 20 – Amém!

Caio Fábio

LOUVART 2009

Um marco de celebração na cidade de Frecheirinha. Nesse ano o encontro acontecerá no Centro Comunitário. Participações do Grupo de arte Kerigma da Igreja de Cristo em Frecheirinha, Banda Servu's e do pastor Francildo da Igreja de Cristo em Imperatriz-Maranhão.Participe!