quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Perdão - dom de Deus

“-Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.” Esta foi uma das últimas frases proferidas por Jesus Cristo na cruz. Vítima de um julgamento e de uma condenação injusta, de falsas acusações, do ódio e da maldade humana, Jesus ora ao Pai rogando-lhe perdão aos seus inimigos. Nessa oração de Jesus, bem como em seus ensinamentos e vida, aprendemos a respeito da importância do perdão como único meio de graça capaz de promover vida para com Deus, para com o próximo e para consigo mesmo.

1. O perdão nos faz vivos para Deus -Somos seres adoecidos pelo pecado, cuja força nos empurra para longe de sua presença. Por essa causa, fugimos de Deus. Conseqüência: tornamos-nos vazios, alienados, frios, infelizes, impotentes e escravos dos nossos próprios desejos egoístas e destrutivos. A boa nova do evangelho proclama que na morte de Cristo na cruz do Calvário foi inaugurado um novo tempo de paz. O perdão é a porta para essa nova realidade. Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, o Filho do Homem foi levantado na cruz para que todo aquele que nele crer tenha vida. Nas palavras de Paulo, apóstolo, “ nele temos a redenção por meio do seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com a riqueza da sua graça.’ ( Efésios 1:7). Porque Deus nos perdoou em Cristo, agora podemos nos aproximar de sua Presença com ousadia e confiança.

2. O perdão nos faz vivos para o próximo – Todo aquele que já foi perdoado por Deus recebe graça para perdoar o próximo. Na oração do "Pai Nosso" aprendemos que o perdão que recebemos de Deus acontece na mesma disposição que temos em perdoar nossos ofensores. ( perdoa as nossas dívidas assim como temos perdoado a nossos devedores). Deus nos reconciliou e nos fez ministros da reconciliação. Não perdoar o próximo é mata-lo em nosso coração. Perdoá-lo é oferecê-lo o direito de viver em paz.

Na cruz aprendemos de Cristo como perdoar- “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem”- É preciso que reconheçamos que o outro/ofensor é mais uma vítima do pecado, da ignorância. Nosso ofensor deve ser digno da nossa misericórdia, da nossa paciência, da nossa compaixão. Esse é o sentimento que habita todo aquele que deseja ser tratado por Deus com misericórdia, paciência e compaixão.

3. O perdão nos faz vivos para nós mesmos - Nenhum de nós está totalmente livre dos ressentimentos, rancores e mágoas. Há muitos que carregam feridas abertas no coração por terem sido vítimas da incompreensão, do abuso, da traição ou violência de alguém. Esses sentimentos se instalam na alma e rouba-nos a alegria de viver. Pior, ofusca nossa percepção da Presença do Deus de Perdão.

Pessoas que não conseguem perdoar acabam se tornando escravas de sentimentos escuros. A falta de perdão carrega uma força maligna. Em 2Coríntios 2:10 lemos assim: "E a quem perdoardes alguma coisa também eu; porque o que eu também perdoei, se é que tenho perdoado, por amor de vós o fiz na presença de Cristo; para que não sejamos vencidos por Satanás" ou "para que Satanás não leve vantagem sobre nós." Ou seja, corações carregados de mágoas, ressentimentos ou ódio tornam-se um campo fértil paras as sementes do maligno; adoecem na alma, no corpo e no coração.

Quem perdoa está fazendo um bem a si mesmo. Deus se faz presente na vida de todo aquele que carrega um coração disposto a perdoar sempre!

O Perdão é a manifestação da graça de Deus para a solução dos problemas da humanidade. Ouso dizer que o perdão é a mais extraordinária força que podemos experimentar. Jesus ensinou e praticou o perdão. O perdão é dom de Deus.
Julio Marçal

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Igreja de Cristo - 10 anos


“Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom e a sua misericórdia dura para sempre.” Salmo 118: 29


Há dez anos nascia a Igreja de Cristo em Frecheirinha - gente que, atraída pela Proclamação das Boas Notícias do Reino de Deus, deixou-se vazar pelo desafio de ser discípulo de Jesus Cristo, com a consciência de suas limitações e a esperança no poder do Espírito Santo.
O que dizer desses dez anos? Certamente muitas foram as vitórias, vidas restauradas, relacionamentos curados, vínculos fortalecidos, amadurecimento, companheirismo... Dificuldades? Inúmeras. Sofrimento, choro e angústias teceram parte considerável de nossa trajetória. Mas como nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam, louvamos ao Nosso Pai Celeste por sua doce presença em meio a tantas lutas e por sua imensa graça que renova nossas esperanças.
Hoje nos reunimos para celebrar ao nosso Grande Deus - até aqui nos ajudou o Senhor! Hoje é dia de celebração, dia de festa, de risos, abraços e de euforia...


Reunimo-nos também para reafirmar compromissos. Compromisso com o Evangelho do Reino de Deus e da inegociável liberdade que temos em Cristo - Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão. Gálatas 5: 1
Reafirmamos nosso desejo de ser uma igreja alegre e que não se submeta aos engessamentos da religiosidade fria, legalista e carrancuda. Certo estamos que alguns “em vão O adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. Mateus 15:9
Reafirmamos nosso desejo ser uma igreja acolhedora, inclusiva. Uma expressão visível do amor do Pai que nos ensina ‘- ide, porém, e aprendei o que significa misericórdia quero”. Mateus 9: 3
Reafirmamos nosso desejo de ser Igreja de Cristo.
Em Cristo, Júlio Marçal, pastor.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

OS MILAGRES CONTRA O AMOR

O que diferencia as coisas de Deus das coisas dos deuses entre os homens, não são milagres, nem poderes, nem demonstrações, nem sinais, nem prodígios, nem coisas extraordinárias, posto que todas essas coisas sempre tenham se manifestado entre todos os povos da terra.
Línguas estranhas, profecias, sonhos e visões, curas, sinais prodigiosos, etc... — estão presentes em todos os registros de quase todos os povos primitivos.
Portanto, o que diferencia as coisas de Deus das coisas dos deuses não são fenômenos, mas um único fenômeno: o amor...
Não é o nome de um deus ou de “Deus” é o que faz a diferença, mas exclusivamente o amor...
Onde o diferencial é amor, não importa a cultura, o ambiente religioso, a ignorância, whatever...
Se há amor, aí há Deus...
Se não há amor, pode haver o nome de Deus, as doutrinas de “Deus”, culto a Deus, tudo a Deus — mas não haverá Deus aí...
Milagres sem Deus são comuns...
O incomum é o milagre de Deus...
O sobrenatural não é a marca de Deus...
A marca de Deus é o amor...
O mundo está cheio de milagres e de sobrenatural..., mas vazio de Deus!
Jesus fez muitos milagres, mais milagres do que qualquer outro ser humano...
No entanto, a leitura do Evangelho nos mostra que Jesus faz milagres como um gesto de amor pela fraqueza e pela dor humana, mas não como um recurso da revelação de Deus...
Ao contrário, Jesus denuncia a relação adoecida das multidões com os Seus próprios milagres; e diz: “Não foi por mim e nem pela Palavra que vocês voltaram, mas porque vocês comeram pão de graça”...
Jesus fez e aconteceu... até que “os judeus” começaram a “pedir sinais”...
Então Ele foi diminuindo...
A esta geração não será dado outro sinal senão o do profeta Jonas! — disse Jesus nessa hora.
Milagres do amor curam e não adoecem a alma...
Mas os milagres dos fenômenos, esses matam o espírito...; pois criam fé no milagre e não em Deus, e dão ao que busca o milagre a sensação errada de que o milagre valida a experiência da pessoa com Deus; e não é o caso...
Por isto é que no Evangelho o único milagre a ser sempre celebrado é o da conversão, é o do arrependimento, é o da novidade de vida, é o novo nascimento!...
Ora, esse milagre que o Evangelho busca e celebra, só acontece mediante o amor; pois, sem amor, todo milagre é apenas manifestação de um fenômeno...
“Ainda que tudo...” — sem amor nada aproveitará.
O problema é que os crentes, à semelhança dos judeus dos dias de Jesus, buscam sinais, mas não querem a Palavra!
Assim, buscando sinais não crêem no amor e na fé como sinais que superam todos os demais...
Ao final, o que acontece é que um milagreiro lê este meu texto e ri de mim, desse coitado, desse romântico, desse otário, desse bobo que fica aí falando de amor...
Eu, todavia, creio tanto nisto quanto em tudo o mais..., mas quero apenas ser discípulo dos milagres do amor de Deus, e não tenho desejo por nenhum poder que não nasça exclusivamente do amor.

Nele, de Quem aprendi que se não for assim [...] de Deus não é,

Caio Fabio

sábado, 3 de outubro de 2009

Perdoem-me o desgosto - Caio Fábio

Perdoem-me, irmãos, eu confesso a tão aguardada confissão de minha boca.
Sim, eu confesso que não posso mais deixar de declarar a minha alma. Para mim é questão de vida ou morte. Perdoem-me, irmãos, mas eu preciso confessar. Sim, eu confesso... Está insuportável.

Se eu não abrir a minha boca, minha alma explodirá em mim.

É insuportável ligar a televisão e ver o culto que se faz ao Monte Sinai, que gera para escravidão. Os Gálatas são o nosso jardim da infância. Nós nos tornamos PHDs do retrocesso à Lei e aos sacrifícios. Pisa-se sobre a Cruz de Cristo em nome de Jesus. Insuportável! Seja anátema!

É insuportável ver o culto à fé na fé, e também assistir descarados convites feitos em nome de Deus para que se faça novos sacrifícios, visto que o de Jesus não foi suficiente, e Deus só atende se alguém fizer voto de freqüência ao templo, e de dinheiro aos sacerdotes do engano e da ganância. Insuportável!

É insuportável assistir ao silêncio de todos os dantes protestantes—e que até hoje ofendem os cultos afro-ameríndios por seus sacrifícios, sendo que estes ainda têm razão para sacrificar, visto que não confessam e não oram em nome de Jesus—ante o estelionato feito em e do nome de Jesus, quando se convida o povo para sacrificar a Deus, tornando o sacrifício de Jesus algo menor e dispensável. Insuportável!

É insuportável ver o povo sendo levado para debaixo do jugo da Lei quando se ressuscitam as maldições todas do Velho Testamento, e que morreram na Cruz, quando Jesus se fez maldição em nosso lugar. Insuportável!

É insuportável ver que para a maioria dos cristãos a Lei não morreu em Cristo, conforme a Palavra, visto que mantêm-na vigente como “mandamento de vida”, mas que apenas existe para gerar culpa e morte, também conforme a Escritura. Insuportável!

É insuportável ver e ouvir pastores tratando a Graça de Deus como se fosse uma parte da Revelação, como mais uma doutrina, sem discernir que não há nada, muito menos qualquer Revelação, se não houver sempre, antes, durante, depois, transcendentemente e imanentemente, Graça e apenas Graça. Misericórdia!

É insuportável ver a Bíblia sendo ensinada por cegos e que guiam outros cegos, visto que nem mesmo passaram da Bíblia como livro santo, desconhecendo a Revelação da Palavra da Graça do Evangelho de Deus. Insuportável tristeza!

É insuportável ver que os cristãos “acreditam em Deus”, sem saber que nada fazem mais que os demônios quando assim professam, posto que não estamos nesta vida para reconhecer que Deus existe, mas para amá-Lo e conhecê-Lo. Insuportável desperdício!

É insuportável enxergar que a mensagem do Evangelho foi transformada em guia religioso, no manual da verdade dos cristãos, mais uma doutrina da Terra. Insuportável humilhação!

É insuportável ver os que pensam que possuem a doutrina certa jamais terem a coragem de tentar vivê-la como mergulho existencial de plena confiança, mas tão somente como guia de bons costumes e de elevados padrões morais. Insuportável religiosidade!

É insuportável ver gente tentando “estudar Deus”, e a ensinar aos outros a “anatomia do divino”, ou a buscar analisar Deus como parte de um processo, no qual Deus está aprendendo junto conosco, não sabendo tais mestres que são apenas fabricantes de ídolos psicológicos. Insuportável sutileza!

É insuportável ver que há muitos que sabem, mas que nada dizem; vêem, mas nada demonstram; discernem, mas em nada confrontam; conhecem, mas tratam como se nada tivesse conseqüências...Insuportável...

É insuportável ver que se prega o método de crescimento de igreja, não a Palavra; que se convida para a igreja, não mais para Jesus; e que a cada cinco anos toda a moda da igreja muda, conforme o que chamam de “novo mover”. Insuportável vazio!

É insuportável ouvir pastores dizendo que o que você diz é verdade, mas que eles não têm coragem de botar a cara para apanhar, mesmo que seja pela verdade e pela justiça do evangelho do reino de Deus. Insuportável dissimulação!

É insuportável ver um monte de homens e mulheres velhos e adultos brincando com o nome de Deus, posando de pastores, pastoras, bispos, bispas, apóstolos e apostolas, sendo que eles mesmos não se enxergam, e não percebem o espetáculo patético no qual se tornaram, e o ridículo de suas aspirações messiânicas estereotipadas e vazias do Espírito. Insuportável jactância e loucura!

É insuportável ver Jesus sendo tratado como “poder maior” e não como único poder verdadeiro. Insuportável idolatria!

É insuportável ver o diabo ser glorificado pela freqüência com a qual se menciona o seu nome nos cultos, sendo que Paulo dele falou menos de uma dúzia de vezes em todas as suas cartas, e as alusões que Jesus fez a ele foram mínimas. No entanto, entre nós o diabo está entronizado como o inimigo de Cristo e o Senhor das Culpas e Medos. E, assim, pela freqüência com a qual ele é mencionado, ele é crido; e seu poder cresce na alma dos humanos, a maioria dos quais sabe apenas do Medo da Lei, e nada acerca da Total Libertação que temos da Lei e do diabo na Graça de Jesus, que o despojou na Cruz. Insuportável culto!

É insuportável ver seres humanos sendo jogados fora do lugar de culto por causa de comida, bebida, cigarro, roupa, sexualidade, ou catástrofes de existência. Isto enquanto se alimenta o povo com maldade, inveja, mentira, politicagem, facções, e maldições. Insuportável é coar o mosquito e engolir o camelo!

É chegada a hora do juízo sobre a Casa de Deus! De Deus não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isto também ceifará. A eternidade está às portas. Então todos saberão que não minto, mas falo a verdade, conforme a Palavra do Evangelho de Jesus.

Com tremor e temor, porém certo da verdade de Jesus, Caio fábio